OS ESQUECIDOS
São muitos os combatentes esquecidos
e muitos os amortalhados na distância
desconforto de quem vive a ausência
dos camaradas abandonados além…
No silêncio das noites quentes
ouço os clamores graves dos ausentes
que outrora viveram nas camaratas
e tombaram nas picadas da morte…
guerra teimosamente prolongada
sem o consentimento do mundo
perante o silêncio mais profundo
duma nação em debandada.
No meu percurso do caminho
jamais esquecerei o pranto e mágoa
que muitos de vós suportaram
nos dias tristes dos corpos esfacelados
a ensanguentar os trilhos de morte;
não esqueço a traição dos desertores
nem o sofrimento esbanjado
por causa da cobardia dos “capitães”
que abandonaram a revolução
a troco dos garantidos tostões.
Joaquim Coelho